quarta-feira, 30 de abril de 2025
O MISTÉRIO DO SILÊNCIO
domingo, 27 de abril de 2025
Augúrio: Auspiciosa Semana
segunda-feira, 31 de março de 2025
O valor de uma mensagem no WhatsApp
Fernando no Cafofo. |
Por Sônia Canto
🖤 "Sônia, amor querido da minha vida. Vou
viver até o fim repartindo com você minhas angústias e meus sonhos. Nada se
reparte se não estivermos acordados em um objetivo comum, e isso já é
cumplicidade. Te amo na vida, no sonho de um Brasil e de um Amapá melhor, e na
saudade. Na morte não, porque somos um sonho individual. Graças a Deus temos
amigos. Temos nossos filhos e nossos netos. Então, temos tudo." (F. Canto)
Hoje, ao revisitar algumas notas no celular de Fernando, encontrei a
mensagem acima, que me tocou profundamente. Era uma mensagem do WhatsApp não
enviada, um desabafo que ele havia guardado para si, mas que agora se
transforma em um eco da nossa história e do amor que compartilhamos. Fernando
se dirigia a mim, expressando um amor que transcendia o cotidiano e revelava
uma cumplicidade genuína entre almas que compartilham não apenas sonhos, mas
também angústias.
Ele disse: "Vou viver até o fim repartindo com você minhas
angústias e meus sonhos." Essas palavras ressoam dentro de mim com uma
intensidade imensurável. Elas nos lembram da importância de estarmos conectados
àqueles que amamos e de lutarmos juntos por um objetivo comum. Essa
cumplicidade, que ele tanto valorizava, é um laço que se fortalece na
resiliência e na esperança — e que agora se torna ainda mais precioso em sua
ausência.
A saudade é um sentimento que me acompanha todos os dias, um vazio que
parece infinito, mas seu amor e suas palavras permanecem vivos em meu coração.
Quando ele diz: "Te amo na vida, no sonho de um Brasil e de um Amapá
melhor, e na saudade", sei que ele estava me chamando à ação, à crença, à
manutenção da chama da esperança por dias melhores.
Fernando sempre falava sobre a importância de valorizar as relações que
construímos ao longo da vida. Mesmo diante da dor imensa da perda, ele me
lembra que tenho muito a agradecer: "Graças a Deus temos amigos. Temos
nossos filhos e nossos netos. Então, temos tudo." E é verdade. Embora a
saudade aperte, a gratidão pelas pessoas que me cercaram nos momentos mais
difíceis — e que hoje me oferecem seu colo —, assim como pelo legado que ele
deixou, enche meu coração.
Fernando era mais do que meu marido: era meu parceiro, meu amigo, meu confidente, meu amor. Suas palavras, sua sensibilidade e a maneira como ele me ensinou a amar mais, a sonhar mais e a ser grata são tesouros que levarei comigo para sempre. Que seu legado continue a inspirar todos que tiveram o privilégio de conviver com ele. Que seu legado nos impulsione a sonhar e a fazer do mundo um lugar melhor.
A saudade talvez nunca vá embora, mas a lembrança do seu amor e da sua luta permanece viva em mim. E, com isso, sigo em frente, honrando cada momento que compartilhamos.
Te amo eternamente, meu amor.
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025
A presença da ausência.
sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025
De volta.
Há muito não escrevo aqui. Especificamente a última postagem foi em 19/07/2016, quando celebrava a saúde de minha mãe, Alba.
De lá pra cá muitos acontecimentos provocaram emoções fortes. Os mais significativos foram: em 2017, o falecimento de minha mãe e em 2024 o falecimento de meu amor, Fernando Canto.
Estou de volta para registrar e fixar momentos que compartilhei com Fernando em quase 38 anos de vida conjugal.
Crescemos muito nesta trajetória. Celebramos vitórias, choramos diante de situações complicadas. Sempre optamos por seguir em frente, apesar dos percalços ou das conquistas.
Vou compartilhar aqui os textos que escrevi desde 29/12/2024, data que marcou o início de sua jornada para o infinito e momento significativos de nossa vida comum.
Sim. Estou de volta.
terça-feira, 19 de julho de 2016
Celebrar, sempre
Aliado às orientações médicas, acredito que o bem-estar de mamãe se deve ao carinho, ao cuidado, ao desvelo com que todos nós, seus filhos, nos revezamos para proporcionar tudo o que ela precisa. Tanto os que moram aqui em Macapá, quando os que, mesmo tocando suas vidas em outros Estados, não medem esforços para atendê-la.
Este é o caso de minha irmã Iris, que mora em outro Estado da federação e veio no ano passado para contribuir com sua recuperação, e está aqui até hoje.
Em abril, mês de seu aniversário, nos reunimos todos para celebrar seus 93 anos de vida. Uma bênção que nos foi oportunizada para dizermos a ela o quanto é amada e querida pelos filhos e filhas, genros e noras, netos e netas, bisnetos e bisnetas e tataranetos. Neste período, Marina, bisneta, ainda esperava por seu bebê, que já chegou e é a caçula dos tataranetos.
Mamãe sempre teve uma relação especial com o rio Amazonas, e sempre que levávamos a passear ela dizia que queria ver o rio... assim o fizemos durante muito tempo, entretanto, dias atrás ela disse, com lágrimas nos olhos que achava que nunca mais teria oportunidade de comprar uma lembrança de aniversário para seus filhos, isto por que Camilo e Sandra aniversariam em julho. Daí, então, me perguntei: por que não? E assim começaram os passeios pela cidade.
Segundo passeio: Garden Shopping, foi uma surpresa, quando perguntou a mim onde iríamos, eu disse, vamos bater perna. Adorou.
Terceiro passeio: Entorno da Fortaleza. Mamãe viu o seu rio Amazonas mais de perto. Percebo sua imersão nas lembranças de Manaus, sua terra natal.
Ainda no entorno da Fortaleza, com Ney e Sueli;
Quarto passeio: Sábado pela manhã a levei para ver as flores de Holambra, entramos na Igreja São José e no Shopping Vila Nova. Voltou exultante.
Quinto passeio: Monumento Marco Zero. Ficou extasiada.
Ao sair, ainda foi prestigiar a Exposição sobre o Marabaixo.
Sexto passeio: Museu Sacaca. Gostou muito do contato com a natureza. Disse que a felicidade não cabia em seu peito, pois não tinha ideia que existia aqui em Macapá um espaço como aquele.
Bom, mais passeios virão, enquanto houver um espaço em que a acessibilidade seja boa, iremos nós... descobrir belezas, e celebrar a vida.
Espero poder sentir, por muito tempo, a alegria de ver seus olhinhos brilhando de satisfação. De voltar pra casa com ela e ouvir: filha você me fez feliz, obrigada.
Isto não é nada para quem me deu a vida. Queria poder esticar os anos para tê-la sempre ao meu lado, tal qual São Tiago esticou o dia para vencer a batalha contra os mouros.
Amo você, mamãe.